O mais bacana de aprender bem uma língua é brincar com a infinidade de artifícios que ela nos proporciona. Se não conhecemos os atributos da gramática, ficamos limitados até em satirizar a própria língua! E vemos tantas “sacadas” inteligentes que algumas pessoas fazem com o Português...
Nesta edição, falaremos sobre o Pleonasmo, um vício de linguagem que proporciona muitas situações engraçadas e que nos faz ouvir, ou dizer, as famosas redundâncias subi pra cima ou desci pra baixo, uniões totalmente dispensáveis, pois basta um desci para sabermos que é para baixo; ou um subi, que logicamente é para cima. Mas existem outras que passam quase que completamente despercebido por muitos de nós, e somente um falante muito atento poderia reconhecer, nessas expressões, um pleonasmo. Você saberia identificar um? Vejamos se esta resposta é sim:
Acabamento final
Almirante da Marinha
Antecipar para antes
Caligrafia bonita
Conclusão final
Consenso geral
Conviver juntos
Criar novos
Dar de graça
Elo de ligação
Encarar de frente
Enfrentar de frente
Erário público
Experiência anterior
Fato real
Ganhar grátis
Há anos atrás¹
Hábitat natural
Hemorragia de sangue
Inaugurar novo
Lançar novo
Manter o mesmo
Metades iguais
Monopólio exclusivo
Novidade inédita
Panorama geral
Países do mundo
Pequenos detalhes²
Prefeitura Municipal
Protagonista principal
Regra geral
Repetir de novo
Sorriso nos lábios
Sua própria autobiografia
Surpresa inesperada
Viúva do falecido
Mas o que é o Pleonasmo?
Pleonasmo é o uso da expressão redundante. Nos exemplos acima, utilizamos vários tipos de pleonasmo vicioso, que é a repetição desnecessária de algum termo ou idéia numa frase.
Além desse tipo de redundância, temos o pleonasmo literário, ou estilístico, que serve para realçar uma idéia, e, portanto, funciona como figura de linguagem. Este recurso é utilizado por vários escritores para enfatizar algo no texto. São exemplos de pleonasmos aceitáveis:
“Chovia uma triste chuva de resignação.” (Manuel Bandeira)
“E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto.” (Vinícius de Morais)
¹ Licenças poéticas utilizadas nas músicas “Eu nasci há 10 mil anos atrás”, de Raul Seixas; e ² Detalhes, de Roberto Carlos.
Assista ao vídeo sobre Pleonasmo abaixo, pois não há maneira melhor de se aprender um assunto do que se divertindo com ele:
_____________________________________________________
E na próxima edição...
Precisamos entrar o ano novo com o pé direito e de olho na reforma ortográfica, prevista para entrar em vigor já em 1º de janeiro! E a Tirando a Limpo traz tudo o que você deve saber sobre as mudanças na Língua Portuguesa!
Edição publicada em 14/10/2008
Edição publicada em 14/10/2008
Carol,
ResponderExcluirUma duvida o "Fato Real" depende do contexto que ele é aplicado certo? No casos de filmes, livros e afins não vejo como pleonasmo já que tem Fatos Fictícios, então continua sendo um pleonasmo?
att,
André Luiz
Não existe "fato fictícios", ou é fato ou é ficção
ExcluirNa verdade não existem fatos fictícios. Fato é algo que ACONTECEU. No caso de livros, filmes e afins, são "obras de ficção" e não fatos fictícios.
ResponderExcluir"O Batman é um vigilante que combate o crime"
ExcluirIsso é um fato. Estou errado?
Mas é "fato real"? Não, é fictício.
Se eu falar homem aranha solta teia isso eh um fato fictício, pois de fato acontece dentro da ficção.
ExcluirFato é algo que existe, homem aranha e batmaB não existem.
ExcluirBatman não combate o crime, ele não existe, logo não é um fato, o mesmo vale para o Spiderman, eles lutarem contra o crime ou soltar teia é FICÇÂO. Pessoal tem cada ideia.
Excluir