quinta-feira, 7 de junho de 2012

Muçarela x mussarela

Pergunta recorrente entre as pessoas indignadas com a palavra “muçarela”:
 - Por que mudar a grafia de mussarela para essa muçarela que parece não ter o mesmo molho, e muito menos o mesmo sabor que a antiga escrita?
Tenho uma amiga que se recusou a modificar o modo de escrever suas pizzas no cardápio com medo de perder a freguesia, quando me pediu que revisasse o “menu”. Disse ela, desconcertada: “acho melhor deixarmos com ”ss” mesmo... As pessoas podem não entender e não pedirem mais as pizzas...”
Tudo bem! As pessoas podem não pedir mais as pizzas...
Mas vamos entender o motivo de as pizzas de muçarela serem escritas com "ç" e não com "ss"...
As pessoas que não gostam muito de Português costumam argumentar que esta disciplina não possui regras que devamos seguir, é cheia de exceções... Mas neste caso, o da “muçarela”, nossa língua procura buscar ao máximo a regra gramatical apresentada na língua portuguesa. Vamos a ela:
As palavras derivadas de substantivos com a letra “z” são substituídas pela letra “c” ou pelo “ç”.
Ex.: feliz – felicidade; fazer – faça...
Partindo desta REGRA da nossa Língua, a palavra muçarela, derivada do italiano mozzarella, transforma a letra “z” em “ç” e NUNCA em “SS”.
Perdoe-nos, restaurantes, mas modifiquem seus tradicionais cardápios para seguir nossa tão linda Lingua. Caso contrário, querendo ser um eterno conservador, opte por “mozzarella”. Suas pizzas ficarão chiques e corretas na grafia. Seguindo o idioma italiano, estarão seguindo a culinária original; mas optando pela língua portuguesa, lembre-se, é SEMPRE com “ç”, muçarela!

Bom apetite! =)

sexta-feira, 29 de julho de 2011

A Carroça Vazia


Eis mais uma dessas belas histórias de sabedoria... Aprecie, compartilhe e deixe fluir em sua vida...


Certa manhã, meu pai, muito sábio, convidou-me a dar um passeio no bosque e eu aceitei com prazer.

Ele se deteve numa clareira e depois de um pequeno silêncio me perguntou:

- Além do cantar dos pássaros, você está ouvindo mais alguma coisa?

Apurei os ouvidos alguns segundos e respondi:

- Estou ouvindo um barulho de carroça.
- Isso mesmo - disse meu pai - é uma carroça vazia.

Perguntei ao meu pai:

- Como pode saber que a carroça está vazia, se ainda não a vimos?
- Ora - respondeu meu pai - é muito fácil saber que uma carroça está vazia por causa do barulho. Quanto mais vazia a carroça maior é o barulho que faz.

Tornei-me adulto, e até hoje, quando vejo uma pessoa falando demais, gritando para intimidar, tratando o próximo com grossura, de forma inoportuna, prepotente, interrompendo a conversa de todo mundo e, querendo demonstrar que é a dona da razão e da verdade absoluta, tenho a impressão de ouvir a voz do meu pai dizendo:

Quanto mais vazia a carroça, mais barulho ela faz...



Agradeço o envio e a contribuição da amiga Marisa, de Bauru/SP.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Despedida do TREMA


Recebi por e-mail, de uma amiga querida de Curitiba, a Lúcia, este texto fantástico que já deve estar sendo veiculado na Internet, e resolvi dividi-lo com vocês. É realmente muito bom!

Despedida do TREMA

Estou indo embora. Não há mais lugar para mim. Eu sou o trema. Você pode nunca ter reparado em mim, mas eu estava sempre ali, na Anhangüera, nos aqüíferos, nas lingüiças e seus trocadilhos por mais de quatrocentos e cinqüentas anos.
Mas os tempos mudaram. Inventaram uma tal de reforma ortográfica e eu simplesmente tô fora. Fui expulso pra sempre do dicionário. Seus ingratos! Isso é uma delinqüência de lingüistas grandiloqüentes!...
O resto dos pontos e o alfabeto não me deram o menor apoio... A letra U se disse aliviada porque vou finalmente sair de cima dela. Os dois pontos disse que seu sou um preguiçoso que trabalha deitado enquanto ele fica em pé.
Até o cedilha foi a favor da minha expulsão, aquele C cagão que fica se passando por S e nunca tem coragem de iniciar uma palavra. E também tem aquele obeso do O e o anoréxico do I. Desesperado, tentei chamar o ponto final pra trabalharmos juntos, fazendo um bico de reticências, mas ele negou, sempre encerrando logo todas as discussões. Será que se deixar um topete moicano posso me passar por aspas?... A verdade é que estou fora de moda. Quem está na moda são os estrangeiros, é o K e o W, "Kkk" pra cá, "www" pra lá.
Até o jogo da velha, que ninguém nunca ligou, virou celebridade nesse tal de Twitter, que aliás, deveria se chamar TÜITER. Chega de argüição, mas estejam certos, seus moderninhos: haverá conseqüências! Chega de piadinhas dizendo que estou "tremendo" de medo. Tudo bem, vou-me embora da língua portuguesa. Foi bom enquanto durou. Vou para o alemão, lá eles adoram os tremas. E um dia vocês sentirão saudades. E não vão agüentar!...
Nós nos veremos nos livros antigos. saio da língua para entrar na história.

Adeus,
Trema.

sábado, 5 de março de 2011

O Amor e o Barqueiro

Quando criança, amava ouvir as belíssimas histórias contadas por meu avô, português, que veio ao Brasil aos vinte e dois anos com um tio a fim de conhecer o país e nunca mais retornou às Terras Lusitanas, vindo a morrer aqui, em Brasília, em 1995.

Meu avô, como tantos outros avós maravilhosos, contava-me histórias extraordinárias! Mas tinha algumas que me eram tão especiais, que pedia a ele que as repetisse sempre, chegando ao cúmulo de dizer-lhe que as queria guardadas em minha memória para que, no dia em que ele se fosse, as pudesse ter gravadas na memória...

Eis uma dessas histórias que me deixaram lembranças boas e que, agora, quero reparti-la com você:


O Amor e o Barqueiro¹

O Amor queria atravessar um rio e avistou um barqueiro. Ele pediu ao barqueiro:
- Por favor, me leve à outra margem do rio.
Mas o barqueiro, triste, lhe respondeu:
- Sinto muito, mas não posso passá-lo para lá.

Então ele avistou um outro barqueiro a frente, e pediu:
- Por favor, senhor, me leve à outra margem do rio.
O barqueiro, em tom seco e arrogante, respondeu-lhe:
- Não! Não vou passá-lo à outra margem!

O Amor, então, desanimado, avistou um terceiro barqueiro, muito velho, mas que nem esperou que o Amor lhe dirigisse a palavra e foi logo dizendo:
- Venha, meu jovem! Entre aqui que o levarei ao outro lado!

O Amor, agradecido, perguntou ao barqueiro:
- Você conhece aqueles outros barqueiros?
- Sim, os conheço.
- E por que eles não me quiseram levar? – Indagou o Amor.
- O primeiro barqueiro – respondeu-lhe – é o Sofrimento. O Sofrimento não faz passar o Amor.
- E o segundo?
- O segundo barqueiro é o Desprezo. O Desprezo também não faz passar o Amor.
- E tu? Quem és? – Perguntou, já curioso, o Amor.
- Eu sou o Tempo. E só o Tempo faz passar o Amor.

¹ Conto de Malba Tahan.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Dica da semana - Minúsculas


Na língua portuguesa os dias da semana, os meses, e as estações do ano são escritos com inicial minúscula. Veja:

• Brasília, 21 de janeiro de 2011.

• Hoje é quarta-feira!

• Estamos na primavera!

É claro que esta regra cai quando estas palavras estão no começo de uma frase:

Maio é o mês das noivas.

Sexta-feira 13 estreia nos cinemas nesta sexta-feira.

Até mais!

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Presidente ou presidenta?

Uma das celebridades que mais admiro chama-se Dad Squarisi. Ela assina uma coluna sobre dicas de Português em 15 jornais no Brasil, tem obras enriquecedoras publicadas, e é capaz de atingir crianças, jovens e adultos com seu estilo simples e direto de escrever seus textos ensinando nossa apaixonante Língua com humor.

E é com base em um de seus textos, e movida pelos recentes acontecimentos de nossa política, que hoje escrevo:

Presidente ou presidenta?

As duas formas são aceitas, já que ambas constam no VOLP (Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa) e são linguisticamente corretas. O que ocorre, no caso de adotar esta ou aquela forma, é uma questão de preferência pessoal.

No Brasil, há uma predisposição em assumir a forma comum aos dois gêneros – a chefe, a parente – já que as formas a chefa ou a parenta parecem ter conotação pejorativa.

No entanto, a inclusão da desinência feminina aos discursos, deixando de lado a generalização da forma masculina, foi percebida por “brasileiras e brasileiros” desde o governo José Sarney. Hoje, parece que a adoção desta forma virou obrigatória e até obsessiva: "Pedimos aos presentes e às presentes que se levantem". "Os debatedores e as debatedoras chegarão ao meio-dia."

E é lógico que “reações ao exagero não faltam! Millôr Fernandes dirige-se às ‘pessoas e pessoos’. Veríssimo fala em ‘povo e pova’. Aumenta o número dos temerosos de que cheguemos ao absurdo de distinguir ‘humanidade e mulheridade’ e ‘seres humano e mulherano’. Daí a conclusão dos críticos: ‘Está certo que a língua é viva. Mas isso cheira a Odorico Paraguassu’.”

Por fim, referir-se a “brasileiras e brasileiros” utilizando apenas o termo no masculino – brasileiros, está gramaticalmente correto, “mas escorrega no feministamente correto.” (..) “No discurso, a modernidade recomenda usar o masculino e o feminino. Dando visibilidade a ele e a ela, marca-se, na fala, a igualdade dos dois gêneros.”

SQUARISI, Dad. Blog da Dad. Disponível em http://www.dzai.com.br/blogdadad/blog/blogdaddad. Acesso em: 1º nov. 2010.

http://chargebrasil.blogspot.com/2010/11/dilma-presidente.html

domingo, 10 de outubro de 2010

Pontuação

Aí vai um desafio para quem quiser testar os conhecimentos de pontuação.

Na frase abaixo deverá ser colocado 1 ponto e 2 vírgulas para que a frase tenha sentido. Basta saber em qual lugar caberá o quê.


MARIA TOMA BANHO PORQUE SUA MÃE DISSE ELA PEGUE A TOALHA.


PENSE BEM antes de ver a resposta que está logo abaixo...












RESPOSTA:

Maria toma banho porque sua. Mãe, disse ela, pegue a toalha.

Aqui, o verbo suar é confundido com o pronome possessivo sua. Bendita Língua a nossa!