sábado, 11 de julho de 2009

Você está falando certo?


Será que você pronuncia as palavras de maneira correta?

A prosódia trata da correta acentuação tônica das palavras. Isto significa que quando cometemos um erro de prosódia, pronunciamos a sílaba tônica de uma palavra de maneira incorreta.

Vamos aos exemplos?

GRATUITO

A sílaba mais forte é “tui” e não funciona como um hiato acentuando-se mais fortemente o “í”, como em gratu-íto.

ALCOÓLATRA

Como indica o acento agudo, a ênfase deve ser no segundo “o” e não no primeiro.

ALGOZ

A pronúncia do “o” em algoz é fechada, como no “o” da palavra “arroz”, e não aberto como na palavra “nozes”.

BOÊMIA

Como indica a própria acentuação, a sílaba forte dessa palavra é na letra “e” e não na sílaba “mi”.

CATETER

Como oxítona, esta palavra tem tonicidade na última sílaba e não na segunda, como muitos pronunciam “cateter”.

EXTINGUIR/DESTINGUIR

O “guir” destas palavras devem ser pronunciadas como em “perseguir” ou “conseguir”.

FLUIDO

Deve ser pronunciado como “cuido”, com sílaba forte no “u”.

HETEROSSEXUAL

A acentuação desta palavra está em “te” e não na primeira sílaba “he”, como muitos preferem falar. Portanto, não existe o hétero, mas o hetero.

IBERO

A ênfase desta palavra está na segunda sílaba, e não na primeira.

ÍNTERIM

Como indica o acento agudo, a tonicidade fica na primeira sílaba, “ín”.

NOBEL

A ênfase deve estar no “bel” e não no “no”. Esta palavra não é acentuada.

PUDICO

A ênfase desta palavra está na sílaba “di” e não na primeira sílaba “pu”. Tampouco ela é acentuada. Significa “aquele que tem pudor”.

RECORDE

Outro exemplo de palavra comumente pronunciada de forma errada. A acentuação é na segunda sílaba e não como pronunciada por muitos jornalistas, “récorde”.

RUBRICA

Esta palavra é uma das recordistas em erros de prosódia. Pronuncia-se com acentuação tônica na segunda sílaba, mas muitos preferem acentuá-la na primeira sílaba, “rúbrica”, um erro fatal ao vocabulário verbal.

RUIM

Quem nunca ouviu a popular expressão “é ruim, hein?” dita a passos largos nos anos 90? Pois é, mas saiba que a acentuação na primeira sílaba “ruim” é condenada pela norma culta, e esta palavra é pronunciada como em “capim”, ou seja, é oxítona.

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Por fim, não se diz, quando está muito calor:

Eu sôo muito. (errado)

Quem soa é sino; você sua, transpira, portanto:

Eu suo muito. (correto)

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E então? Aprendemos mais um pouquinho?

Até a próxima!

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Mais dicas de português para o dia-a-dia nas empresas


Chegamos à última etapa dessa série de dicas contra os erros de português cometidos em empresas, e espero tê-lo ajudado a evitar essas construções que afetam sua imagem dentro do ambiente de trabalho.

Desta vez, começo com uma sugestão de uma colega, postada na seção de comentários da edição anterior, sobre o uso dos porquês. Boa ideia, Roberta! E obrigada!
Então, vamos a ele...

O uso dos PORQUÊS

Quando é causa ou queremos explicar alguma coisa utilizamos PORQUE:

Não foi ao trabalho porque estava doente.

Quando usado como substantivo, devemos escrever PORQUÊ, além de antecedê-lo com artigos:

Quero saber o porquê de ele não ter vindo.

O POR QUÊ acentuado e separado deve ser usado somente no final de frases e acompanhado por pontuação:

Faltou por quê?

Nos questionamentos propostos direta ou indiretamente; em substituição a por/pelo(a)(s)/qual(ais); ou quando a palavra motivo estiver subentendida, utiliza-se POR QUE separado e sem acento:

Por que você não foi?

Não sei as razões por que ele não veio. (= pelas quais)

Não sei por que ele não veio. (= qual motivo)


Advérbios

Muito cuidado ao concordar o advérbio “menos” com o substantivo, pois ele é invariável. Veja:

Havia menas pessoas naquele local. (forma errada)

Havia menos pessoas naquele local. (forma correta)

Atenção! Este advérbio nunca concordará com o gênero e deverá sempre ser utilizado como menos em qualquer situação, pois não existe a palavra “menas” em nenhuma hipótese.


Outro erro recorrente:

São meio-dia e meio. (forma errada)

Temos na frase acima dois erros. O primeiro se refere ao verbo ser:

É meio-dia.
É uma hora. (formas corretas)
São duas horas.

O verbo concorda com o número.

É meio-dia e meia. (forma correta)

Complementando a oração, adicionamos meia hora à afirmativa acima.
Desta forma, vemos que não é correto dizer “meio-dia e meio”, pois não é “meio hora”, mas “meia hora”.

Portanto, lembre-se para não errar:

É meio-dia e meia (hora).


É muito comum vermos o advérbio ou pronome relativo “onde” ser empregado diferentemente da ideia de lugar:

Esta é uma atitude onde se exige experiência. (forma errada)

Esta é uma atitude em que se exige experiência. (forma correta)

A matriz de nossa empresa fica na Capital Federal, onde a maioria de seus colaboradores trabalha. (forma correta)


Fora, Gerundismo!

Hoje em dia parece que os profissionais mais bem preparados neste assunto é o pessoal do Call Center. Isto porque eles passam por um treinamento intenso e esta é uma das principais recomendações a favor do cliente. Afinal, não há nada mais desagradável, além da habitual espera, que o “vou estar transferindo” ou “vou estar enviando”, não é mesmo?
Então, elimine a parceria do “vou + estar + gerúndio”. Isto é capaz de estragar qualquer comunicação empresarial!

(Veja mais sobre este assunto na edição de 15/9/2008 desta coluna)


Existem expressões absolutamente desnecessárias ao texto. Veja:

“A nível de” Administração, entendo tudo sobre BSC. (forma errada)

Entendo tudo sobre BSC. (forma correta)

Ou ainda:

Em Administração, entendo tudo sobre BSC. (forma correta)


“Vimos por meio desta” solicitar o envio das documentações... (forma errada)

Não seria melhor, e mais objetivo, simplesmente:

Solicitamos o envio das documentações... (forma correta)

Seu texto fica mais enxuto e você diz logo exatamente o que deseja, sem rodeios.


Verbo Fazer - Quando concordar com o sujeito?

Ele fez sucesso.
Eles farão aniversário amanhã.

Em seu sentido próprio, o verbo “fazer” concorda com o sujeito, como nos exemplos acima.

Faz cinco anos que trabalho aqui.
Faz muito calor no Rio.
Fazia horas que ela se foi.
Vai fazer dois anos que estamos juntos.
Está fazendo um ano e meio...

Nos exemplos acima há momentos em que o verbo “fazer” expressa fenômeno climático; outros, tempo decorrido. Nesses casos, o verbo não sofre alteração, pois não há sujeito, tornando-se invariável.


Como você pode ver, sugestões são sempre muito bem-vindas...
E você? Tem alguma sugestão para a Passando a Limpo?

Até a próxima!